A Diretora de Arte e a Artista, da necessidade de solucionar anseios alheios a minha necessidade.
Mesmo que sejam divergentes elas se mesclam e se encontram, convivendo no mesmo espaço e fazendo parte de toda a minha construção e bagagem criativa.
Como artista tenho, por necessidade de alma, o hábito do desenho e escrita catártico no meu cotidiano em meio a folhas soltas, rascunhos e qualquer superfície que se faz presente, através de um processo automático, fora de raciocínio de como se apresenta ao mundo e como o mundo verá.
Sou atraída ao universo paralelo, lúdico e fantasioso, solto e não preso à realidade, onde as subjetividades se entrelaçam em meio ao processo criativo. Este universo fantasioso que em mim habita é o mundo onde vivem esses seres, é onde existem as “cabeças de balão” que sempre me acompanharam desde criança em meus desenhos. Eles saem de mim nesse processo corporal (gestual) e mental (catártico) e ao serem expelidos se tornam formas se fazendo vistos, sentidos e subentendidos (ou não).
A partir daí nasceu “SERES”. A luva é a leve película que nos separa do mundo sensível, tátil ou da “mera” exposição direta a um vírus que mata, e a mesma está presente na hora do parto. O desenho nasceu através das luvas, por necessidade de nascer e por conta do momento pandêmico crítico que estávamos vivendo elas estavam ao meu alcance quando tive um desses momentos de catarse, as vestindo e ao perceber, desenhando tais seres. Cabeças em luvas, cabeças de balão simplesmente existem no meu universo e seu significado não é enraizado, é flutuante.
Enfim habitando esse meu universo os SERES vieram à tona. A partir de então fiz minha pesquisa artística em cima disto, vestindo, desenhando, enchendo, redesenhando e percebendo como agem em relação ao entorno, desde se movimentar pelo assopro e também pela mera exposição ao calor vindo da luz de uma lanterna. Percebendo suas diferentes expressões do momento que estão na mão ao que estão cheias de ar e são redesenhadas, porque as linhas se tornam menos visíveis, e quando naturalmente se esvaziam se enrugando.
Assim como ações/reações, camadas, transformações e suas movimentações o tempo também é uma noção experimentada e abordada pelo trabalho.
Então através dessas e outras práticas (que decorrem mais abaixo) surgiu uma instalação em uma floresta a noite onde os SERES habitam, um espaço psicológico e enigmático.
AVISO: aumente o volume para ter uma melhor imersão.
A seguir alguns desdobramentos deste trabalho entorno da minha pesquisa artística do projeto "SERES".
São seres mutantes, com significados ambulantes, começam de um jeito e vão se modificando a cada momento.
Marcas na fina película, mesmo ser, diferentes expressões.
Resquícios.
A sombra se desfaz, a gente se esvai. O que fica? O que vai? A gente se desfaz, a sombra se esvai. O que fica? O que vai
Obrigado | NM
Mais interações em @seres_nandamoraes.
Esta é uma parte do meu trabalho final da Pós em Práticas Artísticas Contemporânea.